Uma vez,
uma namorada terminou comigo.
Perguntei:
“O amor acabou?”
Ela respondeu:
“Não”.
Eu:
“Então, por que terminar?”.
Ela:
“Porque esse amor
não quero”.
Perguntei:
“Qual amor você quer?”.
Ela:
“Quero me jogar de um precipício,
sem saber se lá embaixo vai ter alguém para me segurar.”
Porra, isso é hora de poema?
Quem está terminando,
você ou a Clarice Lispector?
Na hora, fiquei puto.
Eu disse:
“Você poderia ficar perto da janela?”.
Ela:
“Pra quê?”
Eu:
“Quero te jogar daqui”.
Hoje, finalmente,
entendo o que ela quis dizer.
Existem amores que fazem sofrer.
Existem amores corruptos.
Existem amores que agridem
verbalmente, fisicamente,
que não conversam,
que não passam pelas quatro estações,
que ficam sempre no inverno.
Existe amores sem fidelidade,
acomodados e
que ficam pela metade.
E existem amores
que se respeitam,
fazem rir, cantar, dançar,
que nos fazem ser mais corajoso do que nunca.
Existem amores que as pessoas se entregam.
Existem amores
que pega seu mundo
e vira do avesso.
Existem amores
em que dois se tornam um.
Então,
basta escolher.
Qual amor você quer?
-Ique Carvalho-
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