sábado, 12 de dezembro de 2015


Amei te ver - Tiago Iorc

Ah, quase ninguém vê
Quanto mais aumenta a graça
Mais o tempo passa por você, êh

Ah, e sai sem eu dizer
O tanto que eu gosto
Me desmancho quando encosto em você, êh

O coração dispara
Tropeça, quase para
Encaixo no teu cheiro
E ali me deixo inteiro

EU AMEI TE VER

domingo, 6 de dezembro de 2015




' Eu sosseguei
Ontem foi a despedida
Da balada, dessa vida de solteiro
Eu sosseguei
Mudei a rota e meus planos
E o que eu tava procurando, eu achei em você ' 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

"Ficar sem música para ouvir é um ótimo motivo para repensar algumas coisas. Principalmente as da vida. Viajar de ônibus então, é ótimo para notar como algumas coisas estão mudando e nem estamos nos dando conta.
É bom quando passamos por momentos de quebras de rotina e de realidade. Muitas vezes estamos presos em relacionamentos onde tudo importa menos a pessoa. Estamos presos ao conforto, à família, à rotina, aos filmes, aos seriados, menos a quem está conosco. Isso em certo ponto é egoísmo, pois estamos buscando algo falsamente no outro que nos completaria e estamos sendo ou tentando ser cegos às nossas fraquezas de nos descobrirmos sozinhos.
Pois eu resolvi encarar meu ponto fraco de ser uma pessoa sozinha. Chorei, esperneei, vi minha vida de ponta cabeça, chorei, desabafei com mil amigos, porém, também fiz mil amigos, e as crises de ansiedade vieram. Em grande parte pela solidão, afinal, faz toda a diferença do mundo não ter uma bengala para se apoiar. Passar a se apoiar em si mesmo exige esforço. Ninguém me disse que seria fácil.
E é passando por essas dificuldades que fui ganhando e ainda estou ganhando forças. Viajei sem música e refleti sobre minha vida. Os dias foram passando e os choros diminuindo, os pesamentos desacelerando, o mau estar por estar sozinha foi regredindo e agora já até sonho com o sábado que se aproxima, onde poderei passar a tarde vestida como eu quiser, vendo os filmes que eu quiser e sem ninguém para ter que dividir a opinião comigo. Sem eu ter que me deslocar daqui pra ali me preocupando com o que vestir ou como me maquiar.
Cada vez mais o centro dos meus pensamentos sou eu mesma e cada vez menos eu me importo se alguém me mandou mensagem ou não. Se mandou bem, se não, amém. TANTO FAZ!
É isso mesmo, tanto faz... porque viver de emoções é um desgaste. Ah, emoções, são luz e trevas. Nos inspiram e, ao mesmo tempo tiram nossa concentração e destroem dias que teriam que ser muito mais produtivos.
Já que não existe controle sobre elas, o melhor é tentar esquecer. Esquecer um pouco dos sentimentos e focar no lado racional. Não abrir espaço para que emoções que possam ser instáveis entrem. Ter emoção pelo trabalho, pela casa, pela vida particular, mas não por alguém, porque é arriscado, machuca e magoa.
Não abrir espaço para que estas emoções entrem é o mesmo que aprender a ficar sozinho, pois é sozinho que descobrimos o que gostamos e o que não gostamos. Quem somos e quem não somos. O que queremos e esperamos da vida somente por nós mesmos, sem ter que colocar alguém nos planos. Ter a liberdade de pensar em viajar para onde quiser, por quanto tempo quiser e é isso. É necessário aprender a ser livre, pois é aqui que aprendemos e criamos o alicerce para que um dia possamos nos relacionar com alguém. Pois é nos apoiando no alicerce do outro que ficamos sem chão quando o relacionamento termina.
Só que ninguém diz que isso vai acontecer naturalmente e com o tempo.
Sempre me forcei a estar bem sozinha, mesmo me sentindo profundamente angustiada e muitas vezes maluca. Quando parei de forçar e deixei que tudo me dominasse, me notei crescendo e me levantando sozinha sem que eu tivesse que forçar a gostar da minha companhia.
A lição é clichê: Ame-se antes de amar alguém. Mas o óbvio é este: Acontece naturalmente e com o tempo. Basta se esforçar a se fechar um pouco em seu mundo e o resto flui. Imagine que tem que criar músculos em suas pernas e as imagine se fortalecendo a cada dia até que ande sozinho sem se apoiar em ninguém. Aceite a dor e tenha para si de que ela passa. Passa não em um mês ou dois, mas passa. Me ajuda muito pensar que em um ano, com meu esforço, posso ter uma realidade completamente diferente da atual e isso me dá forças para seguir em frente e na direção que eu quiser. Autonomia de escolha. A vida é sua e somente sua. Ninguém se importa mais com ela do que você mesmo, então, ergue-te e levanta-te!
Quando perceber, estará vivendo alegremente, cheio de amigos novos e cheios de planos de liberdade sem que você se importe com a opinião de ninguém além de si mesmo.
E o centro do seu mundo voltará a ser você. Que assim seja."
- Domie Lennon

terça-feira, 1 de dezembro de 2015


Se eu soubesse que seria a última vez teria demorado um pouco mais para achar o endereço, andado um pouco mais devagar talvez. Teria te abraçado mais demorado, quem sabe até contado uma piada boba pra ver o seu sorriso pela última vez, ou até mesmo dito que seu cabelo tava bagunçado só pra te ver 'arrumar' de modo engraçado. Eu queria ter dito mais, explicado mais, ter lhe oferecido mais, mas todo o cronograma previamente feito e ensaiado na minha mente desapareceu. Palavras eram minimamente calculadas para não correr o risco de estragar tudo, e mesmo assim quase aconteceu. No meio da conversa, ou até mesmo monólogo até então, você diz: vou embora!, por alguns breves segundos pensei, ferrei tudo!, foi então que finalmente acabou o seu monólogo e eu comecei um diálogo. Por que parecia tão estranho? Você não era uma pessoa estranha pra mim, você era alguém que eu costumava falar sempre e de quase tudo, alguém que parecia me conhecer tão bem, por que eu simplesmente travei ao lhe ver? Inúmeras respostas eu tenho para essa questão, mas...Voltando ao assunto, eu não mudaria nada daquele dia, talvez só teria cuidado com a timidez, isso mesmo, lhe pouparia tempo e paciência. Sei que sou um fracasso em falar certas coisas algumas vezes, mas é que pra mim as vezes ta tão na cara que acho palavras desnecessárias. Cada parte do meu corpo se comunica, cada olhar desviado, cada tique nervoso ou até mesmo sorriso de lado tem um sentido claro, é só coloca-los em contexto. Corrigindo o início desse texto, não foi a última vez, foi a última vez daquele dia, daquela temporada, mas na verdade aquilo ficou mais como um até logo, volte sempre.

- "E o namorado?” Alguém vai me perguntar. Aí vou sorrir e responder: “Estou solteira!”. E logo depois vem aquela cara de: “nossa, coitadinha”, quando ao meu ver era a hora certa da pessoa me abraçar e pularmos gritando: “Parabéns Campeã!” Sabe, realmente não entendo essas pessoas que colocam o fato de encontrar uma pessoa como sendo um dos objetivos primordiais da vida. Como se a ordem natural fosse: nascer, crescer, conhecer alguém e morrer. A meu ver, não é assim. As pessoas se dizem solteiras como quem diz que está com uma doença grave, alguém que precise de ajuda. Não é nada disso. Existe sim vida na “solteridão”! E das boas. E isso não quer dizer farra, putaria, poligamia ou promiscuidade. Aliás, quer dizer sim, mas só quando você tiver afim. No mais quer dizer liberdade, paz de espírito, intensidade. E olha que escrevo isso com algum conhecimento de causa, já que tenho vários anos de namoro no currículo. De verdade, do fundo do coração, eu estou muito bem solteira. Acho até que melhor que antes. Gosto de acordar pela manhã sem saber como vai terminar meu dia. Gosto da sensação do inesperado, da falta de rotina e de não ter que dar satisfação. Gosto de poder dizer sim quando meu amigo me liga na quinta-feira perguntando se quero viajar com ele na manhã seguinte. De chegar em casa com o Sol nascendo. De não chegar em casa as vezes. De conhecer gente nova todos os dias. De não ter que fazer nada por obrigação. De viver sem angústia, sem ciúme, sem desconfiança. De viver. Acredito que todo mundo precisa passar por essa fase na vida. Intensamente inclusive. Sabe, entendo que talvez essa não seja sua praia. Ou talvez você nunca vá saber se é. Eu mesmo não sabia que era a minha, e veja só você, hoje sou surfista profissional. O que percebo são pessoas abraçando seus relacionamentos como quem segura uma boia em um naufrágio. Como se aquela fosse sua última chance de sobrevivência. Eu não quero uma vida assim. Nessa hora talvez você queira me perguntar: “Mas e aí? Vai ficar solteirão para sempre? Vai ser assim até quando?” E eu vou te responder com a maior naturalidade do mundo: “Vai ser assim até quando eu quiser”. Quando encontrar alguém que seja maior que tudo isso, ou talvez alguém que consiga me acompanhar. E não venha me dizer que aquele relacionamento meia boca seu é algo assim. O que eu espero é bem diferente. Quando se gosta da vida que leva, você não muda por qualquer coisa. Então para mim só faz sentido estar com alguém que me faça ainda mais feliz do que já sou, e como sei que isso é bem difícil, tenho certeza que o que chegar será bem especial. E se não vier também está tudo bem sabe? Eu realmente não acho que isso seja um objetivo de vida. Não farei como muitos que se deixam levar pela pressão dessa sociedade. Tanta gente namorando pra dizer que namora, casando pra não se sentir encalhado, abdicando da felicidade por um status social. Aí depois vem a traição, vem o divórcio, a frustração e todo o resto tão comum por aí. Não, não. Me deixa quietinha aqui com minha vida espetacular. Pra ser totalmente sincera com você, a real é que não é sua situação conjugal que te faz feliz ou triste. Conheço casais extremamente felizes e outros que estão há anos fingindo que dão certo. Conheço gente solteira que tem a vida que pedi para Deus e outros desesperados baixando aplicativos de paquera e acreditando que a(o) ex era o grande amor e que perdeu sua grande chance. Quanta bobagem. A verdade é que só você mesmo pode preencher o seu vazio, e colocar essa missão nas mãos de outra pessoa e pedir pra ser infeliz. Conheço sim vários casais incríveis, assim como tantos outros que não enxergam que estão se matando pouco a pouco. Só peço que não deixem que o medo da solidão faça com que a tristeza pareça algo suportável. Viver sozinha no início pode parecer desesperador, mas de tanto nadar contra a maré, um dia você aprende a surfar. E te digo que quando esse dia chegar, você nunca mais vai se contentar em ficar na areia. Desse dia em diante só vai servir ter alguém ao seu lado se este estiver disposto a entrar na água com você. -