segunda-feira, 31 de agosto de 2015
"Não pretendo te contar sobre minhas lutas mentais. Você terá nas mãos minha simplicidade e minha leveza, que podem não ser totalmente verdadeiras, mas foram criadas com muito carinho pra não assustar pessoas como você. Não vou ficar falando sobre a complexidade dos meus pensamentos, minha dualidade ou minhas dúvidas sobre qualquer sentimento do mundo. Vou te deixar com a melhor parte, porque eu sei que você merece. Guardo pra mim as crises de identidade e a vontade de sumir. Não vou dissertar sobre minhas fragilidades e minhas inseguranças. Talvez eu te diga algumas vezes sobre minha tristeza, mas só pra ganhar um pouquinho mais de carinho. Ofereço meu bom humor e minha paciência e você deve saber que esta não é uma oferta muito comum.A única forma de jamais perder a felicidade é deixando-a guardada nas mãos de Deus! Sei que minhas lutas algumas são motivos pra tudo dar errado. Mas também sei que tenho um Deus que pode fazer tudo dar certo. E a Ele sua graça me basta"
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
" O que somos nós se não a bagagem resultante de experiências mal sucedidas? Ora, mas é claro: aprendemos mais com os erros que com os acertos. É raro que amadureçamos a partir de momentos felizes, já que estes não exigem esforço. Percebem? Se as coisas vão bem, nada precisa ser feito: não nos é exigido qualquer tipo de sacrifício ou reflexão acerca do que se passa, e permanecemos, simplesmente, deleitando-nos diante de nossa satisfação, condenados a uma inércia que nada acrescenta às nossas vidas.
Não pretendo, aqui, desenvolver uma espécie de “apologia ao sofrimento”, muito menos insinuar que a felicidade seja um estado de espírito desimportante. Minha reflexão, na verdade, vai no sentido de demonstrar a essencialidade da dor. A necessidade de, ao nos depararmos com problemas, termos discernimento suficiente para entendermos que eles existem, justamente, para serem não só solucionados, mas, principalmente, compreendidos.
No filme “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças” (Eternal Sunshine of the Spotless Mind), dirigido por Michel Gondry e lançado em 2004, o personagem de Jim Carrey, Joel, após vivenciar uma desilusão amorosa com Clementine (Kate Winslet), decide submeter-se, num ato desesperado, a um tratamento experimental – tratamento este a que Clementine, inclusive, já havia se submetido -, por meio do qual seriam retiradas de sua memória todas as lembranças relacionadas à garota.
Parece sensato, sob algum ponto de vista, que nos decidamos, meramente, por fugir de nossos infortúnios? Aos olhos dos mais temerosos, talvez. Mas a vida não cede espaço aos espantadiços: ela pertence aos destemidos. Pertence aos que têm coragem de manter a lucidez diante das desventuras e de procurar, de forma sensata, o caminho mais acertado para atravessá-las. E quando digo “atravessar”, me refiro a um processo extremamente complexo de decadência e ascensão, no qual devemos nos permitir chegar ao que chamam de “fundo do poço” (não no sentido de martírio, mas de persecução do cerne do problema que nos afeta), a fim de que cavemos profundamente a sequência de equívocos que nos levaram àquela situação e, posteriormente, encontrar um modo de nos livrarmos do sofrimento e, especialmente, aprender a não cair nas mesmas armadilhas novamente.
A beleza de nossa experiência humana reside, justamente, no desenvolvimento de nossa capacidade de restabelecimento. E mais: ouso dizer que não só a beleza, como também o propósito. Uma vida sem erros é uma vida sem futuros acertos; uma vida sem lágrimas é uma vida sem posteriores sorrisos; uma vida sem angústia é uma vida sem horizonte de redenção. É preciso que caiamos primeiro, para aprendermos a levantar.
Joel acovardou-se diante de um golpe que nos é necessário vivenciar: o dos encontros que não funcionam, por motivos que extrapolam nossa vã compreensão. O segredo não está em forçar um esquecimento, tampouco em tão somente “virar a página”: o brilho eterno acha-se nas mentes que a viram tendo-a lido inteira, com a percepção madura de que toda e qualquer pessoa que passa por nossas vidas traz-nos algo único e ensina-nos coisas que nenhuma outra poderia ensinar-nos. Já dizia Vinícius de Moraes que “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”.
Tornamo-nos quem somos graças às nossas lembranças, boas e ruins, e jamais devemos nos esquivar de qualquer delas. É preciso que saibamos nos reconstruir com os grãos deixados quando nossos castelos de areia desmoronam. Sábio era Guimarães Rosa, que sabia que “viver é um rasgar-se e remendar-se”."
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Sempre tem alguém que tem carta branca no seu coração, talvez você seja uma dessas pessoas na minha vida. Tem sempre alguém que não importa o que faça, não importa o tempo longe, sempre terá um lugar especial na sua vida. Aquela parte boa da sua história, aquela que sempre da vontade de reviver mais uma vez. Você é aquela pessoa que eu quero por perto independente do que aconteça, é aquela pessoa que eu quero ver feliz seja como for, talvez com 1 ou 2 exceções..Sempre haverá novas pessoas, novas histórias, novos romances, mas sempre existe uma pessoa com passe livre, uma história preferida e um romance mais doce.. enfim, o que quero dizer é que você é aquela parte da história que eu retomaria a qualquer momento da minha história. Pra ser sincera, eu ainda penso em você.
domingo, 9 de agosto de 2015
"Você perdeu a menina que viajaria de ônibus pra te encontrar em um bairro que ela nunca ouviu falar, que depositaria todas as fichas só pra que esse amor que ela sentia por você desse certo. Uma menina que se molharia na chuva só pra te dar um pouco mais de espaço debaixo do guarda-chuva, que estaria disposta a te acalmar em um abraço, a cuidar de você como sempre quis ser cuidada. Uma menina que, outro dia, depois de mais um engano, disse que definitivamente daria um tempo pro amor, e então te encontrou e a promessa não fez mais sentido. Ela iria lembrar o dia do teu aniversário e iria colocar nos lembretes importantes do celular só pra não esquecer de te preparar uma surpresa. A menina que, ao se despedir de você, passaria um tempo pedindo pra que você chegasse em casa bem e só dormiria tranquila ao ouvir a tua voz dizendo: Já cheguei amor.
Você perdeu a menina que te passaria protetor solar - com as mãos mais macias que você já sentiu - quando vocês estivessem em uma daquelas viagem pro litoral -, e nem se importaria com os saradões de sunga branca que estivessem passando por ali. Você perdeu a menina que levaria remédio na bolsa porque antes de sair de casa você deduziu que talvez fosse ficar gripado. Você perdeu a menina que nunca teve medo de cortar o cabelo, nunca teve receio de mergulhar de corpo inteiro, que trocaria o vinho francês por uma cerveja, que sussurraria em teus ouvidos no silêncio do quarto, vestiria a sua cueca com cor de mostarda e sairia andando pela casa pra te provocar, e vestiria a sua regata como roupa de dormir. Ela iria topar acampar com você, tomar banho de rio, iria te deixar tranquilo e te ensinaria a não ligar tanto pro que os outros pensam. Ela iria te encorajar a finalmente ir na montanha russa, a provar pimenta no almoço e te ensinar a jogar baralho levantando só a sobrancelha direita. Mais do que sua parceria, ela seria sua companhia, seu conforto nos dias difíceis e sua morada. Você perdeu a menina que nunca escondeu os seus defeitos, que te daria dicas de moda e que, finalmente, falaria na tua cara que bermuda cargo e camisa polo listrada não combinam.
Você perdeu a menina que iria sorrir de você, com você e pra você. E mesmo que as coisas não dessem certo, ela estaria com você no final do dia. Talvez, o seu medo foi perceber que ela não faria tudo por você, que não viveria só pra você e nem atenderia todos os seus caprichos, porque no final das contas, ela não estaria sendo ela e quando percebesse a tamanha burrice que é viver a vida do outro e esquecer da própria vida, ela deixaria de te completar, porque tudo o que ela pretendia, na verdade, era somar. Ela iria te enxergar lentamente enquanto todas as outras pessoas te enxergariam rápido demais. Ela encostaria o seu mundo ao teu, esqueceria CD's, brincos, pulseiras e sandálias na sua casa só pra depois ter motivos pra voltar, dançaria com a tua tia na festa de aniversário do teu sobrinho de 4 anos. Ela te beijaria a testa com ternura, te roubaria vários beijos, você estando acordado ou dormindo. Ela te faria cafuné mesmo sabendo que você odeia que bagunce o seu cabelo, apertaria as suas bochechas e a sua bunda de vez em quando só pra ver você olhar com uma cara abusada pra ela. Ela seria o teu melhor sorriso ao acordar pra um café da manhã com pão francês, iogurte e cereais. Ela iria ameaçar chutar o teu saco quando você falasse bobagem e iria rir da cara de dor que você faz mesmo sem tê-la sentido. Ela iria te olhar de todos os ângulos, aceitar os teus defeitos internos e os físicos também. Ela iria sustentar o mundo com um só sorriso, te faria esquecer os problemas com um só olhar, nem que fosse enquanto estivesse ao lado dela.
Você perdeu a menina que iria se despojar no teu sofá, que te doaria o colo, te olharia com tamanha doçura, deixaria a escova de dentes ao lado da tua e quando você menos esperasse, iria te surpreender no almoço do sábado com um receita que aprendeu no Youtube. Você perdeu a menina que te faria perceber o quanto teu mundo mudou pra melhor desde que ela resolveu entrar. Você perdeu a menina da sua vida."
terça-feira, 4 de agosto de 2015
De vez em quando ainda me pego distante, viajando para tempos mais fáceis. lembro do seu sorriso numa tela mascarada pela pouca qualidade da imagem. Ainda assim. Mesmo assim. Brilhava.
Eram tempos esquisitos, onde primeiros encontros não mais aconteciam na sala de estar. Nomes estranhos, conversas tediosas e a perda de tempo tornava tudo preto e branco. Você veio com a cor
.
Foi bom. Estava acontecendo mesmo? Eternidades aconteciam dentro de 24 horas. Ligações. Mensagens. Sorrisos. O dia parecia longo ou encurtava. Não havia lógica. Não havia como não ser.
E foi.
Sei que você procurou meus olhos no rosto errado. misturou sabores na memória para imagina como seria o gosto do meu beijo. Se imagino rindo na minha boca. Procurou saber qual o cheiro do perfume que eu usava e imaginou se eu me arrepiaria quando você o sentisse no meu pescoço. Sei sim. Ah como sei.
Esses detalhes tornavam corpóreo o que só as palavras podiam ilustrar, mas nunca traduzir.
É nesse momento que acaba o filme. As lembranças se vão como uma música que passa no toca fitas do carro. Vida que segue. Cuida de mim. Morena. Bem-te-vi. Boto fé.
O destino se fez presente, deixando tudo no passado. Passado. Como culpá-lo? Afinal, foi ele que nos apresentou.
Agora cante, sorria, corra, viva, grite, se cale. Não se anule. Seja. Sempre na imensidão dos infinitos haverá um tempo de se lembrar daquele tempo. Foi como o pôr-do-sol do alto de um farol.
- Thizah Maciel
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