terça-feira, 1 de dezembro de 2015


Se eu soubesse que seria a última vez teria demorado um pouco mais para achar o endereço, andado um pouco mais devagar talvez. Teria te abraçado mais demorado, quem sabe até contado uma piada boba pra ver o seu sorriso pela última vez, ou até mesmo dito que seu cabelo tava bagunçado só pra te ver 'arrumar' de modo engraçado. Eu queria ter dito mais, explicado mais, ter lhe oferecido mais, mas todo o cronograma previamente feito e ensaiado na minha mente desapareceu. Palavras eram minimamente calculadas para não correr o risco de estragar tudo, e mesmo assim quase aconteceu. No meio da conversa, ou até mesmo monólogo até então, você diz: vou embora!, por alguns breves segundos pensei, ferrei tudo!, foi então que finalmente acabou o seu monólogo e eu comecei um diálogo. Por que parecia tão estranho? Você não era uma pessoa estranha pra mim, você era alguém que eu costumava falar sempre e de quase tudo, alguém que parecia me conhecer tão bem, por que eu simplesmente travei ao lhe ver? Inúmeras respostas eu tenho para essa questão, mas...Voltando ao assunto, eu não mudaria nada daquele dia, talvez só teria cuidado com a timidez, isso mesmo, lhe pouparia tempo e paciência. Sei que sou um fracasso em falar certas coisas algumas vezes, mas é que pra mim as vezes ta tão na cara que acho palavras desnecessárias. Cada parte do meu corpo se comunica, cada olhar desviado, cada tique nervoso ou até mesmo sorriso de lado tem um sentido claro, é só coloca-los em contexto. Corrigindo o início desse texto, não foi a última vez, foi a última vez daquele dia, daquela temporada, mas na verdade aquilo ficou mais como um até logo, volte sempre.

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