domingo, 25 de novembro de 2012

— Eu te amo. — Ama? Como você consegue chamar isso de amor? Você acha que amor é espancar, espatifar, estraçalhar o coração de outra pessoa? Responde pra mim, sinceramente. Você acha justo fazer isso comigo, ir embora sem nem dizer o porquê, sem nenhum motivo? Eu fiz de tudo por você, pra te segurar. Pra esse ‘nós’ não afundar e ir por água a baixo. Eu fui outras pessoas por você. Eu deixei coisas, pessoas, lugares por você. Eu fiz carinha de dengo quando você quis, e cara de safada quando você pediu. Eu te abracei, eu te beijei e te cuidei. Eu fiz carinho, eu dei amor, cafuné e café na cama. E porque, me diz, porque você tem que ir assim? Porque você tem que fugir de mim assim, sem nem dizer o motivo? Isso é amor? Você acha justo fazer isso com quem te fez tudo? Mudar assim de repente, parar de amar, e ir. Só ir. É justo fazer isso com quem te amou tanto, com quem fez de tudo pra você ficar e pra te fazer feliz? Eu quero saber o porquê. Só isso. Se você quiser tem a porta, a janela da cozinha, da sala. Você pode ir. Quem sou eu pra te obrigar a ficar. Fica se realmente quiser. Mas cadê a consideração comigo? Você foi, de repente, e me deixou com nossas alianças e nosso amor só pra mim. Foi sorrir e me deixou. E eu não sei qual foi o erro. Eu fiz tudo pra não deixar isso monótono, chato, sem-graça. O erro foi eu? Creio que não, e não, você não ama. Nunca amou. Esse seu amor aí, não nos sustentou, e a gente caiu. Afundou. Afogou. Acabou. Só eu amei. E assim como a gente não é suficiente pra esse ‘nós’. Amor por uma metade nunca foi suficiente. Eu nunca fui suficiente. Amar nunca foi pra nós.

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