domingo, 20 de julho de 2014

Tá faltando alguma coisa, essa é a minha frase do momento. Essa frase me vem na cabeça e então rapidamente -e erroneamente- procuro algo pra fazer, alguma festa pra ir, algum bar, encontrar os amigos, qualquer coisa que me tire de casa e me dê a doce ilusão de felicidade... ai eu volto pra casa e repito, 'tá faltando alguma coisa'; jogo a chave sobre a mesa; me esparramo pelo sofá e começo a olhar a minha volta, procuro alguma coisa, mas na verdade nem eu sei o que procuro; começo a mexer no celular e vejo as fotos da tal noite feliz e penso: pareço tão feliz, por que não me sinto mais assim?; meus dedos começam a deslisar pela tela até ver um nome na agenda, o coração da aquela acelerada e de repente os batimentos ficam mais lentos, porém fortes; minhas mãos ficam frias e tremulas; nego a mim mesma o que estou sentido e me livro do bendito celular. Fico olhando pro nada tentando evitar certos pensamentos, tentativa falha mais uma vez. Acabo adormecendo depois de tanto relutar contra meus pensamentos. O dia começa mais uma vez, minhas mãos tateiam o sofá como num reflexo procurando o celular, olho o visor como quem espera encontrar algo, mas logo o solto de novo. Ponho-me a pensar de novo, ai a frase vem de novo e fico tentando entender aquilo. Procuro motivos, o encontro, nego, fujo. Os acontecimentos do cotidiano acaba me oferecendo sempre mais motivos para pensar no que está faltando, jogando teste na minha cara e vendo o quanto consigo aguentar. Até que então eu me entrego e percebo que a pergunta não é o que está faltando e sim quem está faltando, timidamente solto um sorriso de canto e sua imagem me vem na cabeça.

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